Tudo começou quando o Dr. Luiz Antônio Fernandes Monteiro da Cruz, formado em 1953, pela Escola Paulista de Medicina e com residência na Maternidade São Paulo, foi convidado para trabalhar no Hospital Evangélico de Dourados. Apesar de gostar do trabalho em Dourados, o apelo veemente do Pastor Nerina Pires de Carvalho o fez mudar para Rio Brilhante, pois a cidade só contava com o atendimento do médico: Dr. Julio Malta Cardoso.
Em 1957, Dr Luiz mudou-se para Rio Brilhante com sua família, onde montou seu consultório. Em pouco tempo ficou conhecido na cidade e fazendas da região, pelo seu jeito incansável e cuidado no atendimento. Como nem todos os casos podiam ser resolvidos em Rio Brilhante e eram transferidos para o hospital de Dourados, e dada a precariedade das estradas, tempo de deslocamento, ausência de um banco de sangue, oxigênio e laboratório para exames, Dr Luiz alugou uma casa em frente ao seu consultório e foi adaptando para ser um pequeno hospital.
Com mais algumas adaptações o ambiente começou a funcionar. Muitos pacientes passaram pela sala de cirurgia onde o maior recurso era a confiança em Deus e nunca houve sequer um óbito enquanto funcionou aquele pequeno hospital. Porém, o hospital só ganhou crédito quando o Dr. Luiz Antônio teve a coragem e a ousadia de fazer o parto de sua própria esposa. Em seguida, ficou sabendo que havia na cidade o alicerce de um hospital que alguém fizera, mas que estava abandonado, ele então decidiu continuar com a obra. Foi assim que surgiu o Hospital de Rio Brilhante. Em 1961, por razão da saúde da avó de sua esposa, Dr Luiz e sua família se mudaram para Santos e ele seguiu carreira por lá.
Atualmente o Hospital e Maternidade de Rio Brilhante é mantido pela Associação Beneficente de Rio Brilhante. Sendo essa uma entidade privada sem fins lucrativos, fundada em 22 de dezembro de 1951, conforme relatado em Ata, tendo como objetivo a construção e manutenção do hospital para o município.
Com o apoio e trabalho da Prefeitura Municipal, diretoria, sócios, fundadores, beneméritos e contribuintes da época, através de reuniões e assembleias oficiais, foi possível a captação de recursos para iniciar a construção. Nesse mesmo tempo foi planejado não só a construção, mas também a elaboração do Estatuto do Hospital e Maternidade de Rio Brilhante.
Conforme parágrafos I e III do Art. 1º, do Cap. I do Estatuto da Associação, no que diz respeito a missão do hospital:
I- Prestar assistência médico-hospitalar e social a quantos procurarem seus serviços, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política, ou de outra natureza, origem nacional ou social, condição econômica, nascimento ou qualquer outra condição;
III- Prestar serviços de assistência e proteção à maternidade e a infância, zelando pela saúde e bem-estar de gestantes, antes, durante e após o parto, bem como os recém-nascidos e crianças em geral.
Essas missões documentadas no Estatuto acima nunca foram interrompidas, entretanto, a reflexo da saúde nacional que o País vem enfrentando ao longo de décadas, o Hospital e Maternidade de Rio Brilhante vem passando por dificuldades financeiras. Além de débitos com órgãos Federais como a Receita Federal, Procuradoria Geral da União FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e os municipais como ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), o hospital também enfrenta processos trabalhistas. Todas essas dívidas perduraram por anos e gestões.
Atualmente, todas as medidas estão sendo tomadas para findar e negociar esses débitos, para que assim o hospital possa emitir todas as certidões obrigatórias, visando a captação de recursos para a Entidade.
Com a somatória dessas problemáticas a manutenção preventiva estrutural acabou sendo neglicenciada. Ao longo dos anos foram feitos apenas reparos de urgências pontuais. Ao analisar todo o prédio é notável a necessidade de uma reforma geral.
Com o entendimento das problemáticas administrativas, financeiras e estruturais levantadas, a atual administração vem buscando melhorias.
Deste modo, elaborou o Plano de Gestão e o Plano Diretor Hospitalar (PDH).
• Plano de Gestão: visa reestruturar todas as atividades do hospital abrangendo as áreas administrativas, áreas de apoio, atendimento, passando por todos os setores geradores de receitas e de apoio; visa também reestruturar as finanças do hospital através da adesão de Programas de Reestruturação patrimonial e financeira para as entidades que atendem ao SUS. Este plano de gestão foi implantado em 2019.
• Plano Diretor Hospitalar (PDH): Visa garantir a sua autossuficiência e continuidade dos atendimentos com qualidade. Esse documento é o norteador e organização de ações. Condensa todos os elementos de síntese, escritos e gráficos, que caracterizam o centro hospitalar e que definem as linhas ou possibilidades do respectivo desenvolvimento futuro.